sábado, 16 de agosto de 2008

O judiciário ainda não descobriu a internet...

Parece bobagem, mas não é.
Não basta ter uma pagina na internet (mal feia por sinal) para se dizer que já está acompanhando a tecnologia, a modenidade, que interage com a web. Isso é uma ilusão. Assim como um blog pode ser um marasmo se só colocarmos banalidades e se não nos conectarmos com outros blogs relevantes. Na primeira vez que uma pessoa acessa o site do TJ tem a impressão de que caiu no túnel do tempo, e foi parar na época dos primeiros sites na internet. Sem entrar falar nos problemas, que parecem ser uma constante do servidor, talvez pelo excesso de gente.
Não estou insinuando que o sisudo TJ deva da noite para o dia, entrar na crista da onda, movimentar a blogosfera (mesmo por que já movimenta indieretamente) e se tornar um hipe na web.
Aliás, o que se convencionou de chamar de hype, que pode ser substituído por "oba-oba", seja, é a constante celebração de uma suposta genialidade em tudo que aparece de novo, em qualquer área que observamos, e com força na internet ― em que a questão do "tempo real" eleva a situação a várias potências. Analisanda o fenômeno, pode-se dizer que isso de certa forma está virando um pesadelo, que pode destruir o pensamento jurídico, pois a elaboração, o preparo, a concentração, necessária para se preparar uma peça processual, está tendendendo a ser totalmente substituída pela barra de pesquisa do Google. A contemplação em prol do efêmero, da necessidade de ser cada vez mais atual, de saber o que ninguém sabia, de tentar absorver tudo ao mesmo tempo e pular para o próximo em segundos passa a ser o "hipe" do "momento eterno". Uma urgência que por vezes nos tira o fôlego. Mas se por um lado a facilidade de achar "modelos" na internet (justiça seja feita: eu também faço isso); podem trazer os malefícios do "emburrecimento", distração e excesso de informações, por outro podemos ver a riqueza e diversidade desse caleidoscópio que é o ser humano e seus atos mundo a fora. E me parece que, principalmente no Brasil, algumas pessoas do Poder Judiciário (ainda) insistem em não (querer) entender a internet. E quando falo internet me refiro a sites, e-mail, Google, AdSense, redes sociais, troca de arquivos, constante troca de informações, Web 2.0 (agora também a 3.0), compras on-line, internet banking etc. etc. etc. Tem quem ainda ache que internet é apenas um poço de lixo. Isso se agrava com as redes sociais ― "é coisa de adolescente". Ou quem diz que o tempo antes da internet é que era bom. Vejo gente que diz, com pouco ou nenhum conhecimento de causa, que tudo é muito chato, que bom mesmo "era no meu tempo". O mundo muda, as transformações sociais ocorrem a cada segundo ― não dá pra esperar que os anos __ (insira o seu preferido aqui) voltem. A mutação da forma de pensar humanidade é constante e como em todas as épocas acarreta seus prós e contras. O Judiciário tem que acompahar estas mudanças para que não se corra o risco da internet prejudicar o judiciário ao invés de ajudar.

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